Considerações finais
Nesses cerca de 200 anos abarcados em nossa pesquisa enfocando as publicações de música sacra e religiosa brasileira dos séculos XVIII e XIX, pudemos levantar até o momento 776 obras publicadas. Podemos constatar como o número de publicações foi crescendo no período. Na primeira fase (até 1929), tivemos cerca de 99 obras publicadas, estabelecendo uma média de cerca de 0,9 obras por ano; na segunda fase (1930 a 1969), diminuiu para 52 obras, aumentando, porém, a média para 1,3 por ano; na terceira fase (1970 a 2000), aumentou para 176 obras, com média aproximada de 6,0 por ano; na quarta fase (século XXI), 463 obras, com a média de cerca de 24,0 por ano. O panorama parece animador, mas não podemos esquecer a quantidade de obras que foram publicadas repetidamente, principalmente no âmbito da coleção Música Sacra Mineira. Além disso, pesa o fato de que a maioria esmagadora dessas obras publicadas é difícil de encontrar, mesmo muitas das mais recentes. Imaginemos a dificuldade muito maior com relação às obras publicadas na primeira fase. A saída são as bibliotecas e arquivos ou os sites que disponibilizam as publicações de alguma forma. Fica, ainda, a constatação da quantidade de obras ainda disponíveis nos arquivos brasileiros, à espera de serem publicadas, executadas, estudadas. Há uma grande carência de pesquisadores na área de musicologia histórica no Brasil e apenas alguns abnegados vêm se dedicando à tarefa de revelar o passado histórico musical brasileiro, em seus vários aspectos. O apoio financeiro para as publicações melhorou muito nos primeiros anos do século XXI, e as publicações on-line são uma forma de barateamento dos custos e uma eficiência maior no acesso às obras publicadas. A presente pesquisa, resultando num catálogo on-line, facilita a constante atualização dos dados, permitindo aos executantes e estudiosos, do Brasil e do exterior, o acesso permanente ao imenso e exuberante repertório da música sacra e religiosa brasileira do passado.
Nossa pesquisa continua, garimpando em arquivos e bibliotecas as próprias publicações ou, pelo menos, indícios da existência delas, em catálogos, periódicos da época e outras fontes.
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